Será o Leoncio?

Por essa o caro leitor não esperava: acaba de ser lançada pela editora Lua de Papel, que integra o grupo LeYa Brasil, a coleção Clássicos Fantásticos que, como o nome sugere, recria clássicos da literatura ao conferir-lhes um certo quê de romances de terror. Entre os quatro primeiros títulos, está nada mais nada menos do que A Escrava Isaura e o Vampiro, releitura da obra de Bernardo Guimarães assinada pelo humorista Jovane Nunes. Esse tipo de "revisão" não chega a ser novidade no mercado editorial. Obras como Orgulho e Preconceito e Zumbis, de Seth Grahame-Smith e Razão e Sensibilidade e Monstros Marinhos, de Ben H. Winters - ambas escritas a partir dos livros de Jane Austen - estão aí para não me deixar mentir (isso sem falar nas continuações como Mr. Darcy, Vampyre, livro devidamente comentado aqui no blog).

Escrava Isaura e o Vampiro é, segundo o Jovane Nunes, uma obra horripilante "baseada em fatos mentirosos e qualquer semelhança com a realidade é mera criação do autor. Digo isso para fugir de qualquer tipo de reclamação na justiça. Meus advogados e a própria editora me aconselharam a tomar esse cuidado. É possível que algum vampiro se sinta prejudicado em sua imagem e queira me processar. Quando a isso, deixo claro que não tenho nada contra os vampiros. Particularmente, não gosto de beber sangue, mas não tenho nada contra quem faz isso socialmente". Bom, se a vida da pobre Isaura já era um inferno sem vampiro por perto (he he), fico a imaginar o que poderia acontecer com a escrava branca brasileira mais famosa do mundo num cenário em que escravagistas são bebedores de sangue... Vou ler e depois eu conto...

P.S.: Os outros três títulos que completam essa primeira "fornada" da coleção Clássicos Fantásticos são tão instigantes quanto o de Jovanne Nunes. São eles: Dom Casmurro e os Discos Voadores, de Lúcio Manfredi; O Alienista Caçador de Mutantes, escrito por Natalia Klein; e Senhora, a Bruxa, de Angélica Lopes.