Sexo, sangue e rock & roll – Fatos e boatos do mundo sobrenatural (***)

SEXO, SANGUE E ROCK & ROLL – FATOS E BOATOS DO MUNDO SOBRENATURAL (***)

Bem-vindos, amigos de sangue

Bem-vindos, amigos de sangue. Este blog foi feito para pessoas – ops! – mortos-vivos como eu que gostam de jogar conversa fora sobre o nosso universo: o mundo dos bebedores de sangue “de verdade” e também da ficção. Enfim, é um espaço para uma boa conversa fiada regada a muitas taças de sangue e pescocinhos na mira da webcam (ai!). Entre e dê uma mordidinha...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Enfim, Vlad - A Última Confissão

Acabei de ler Vlad - A Última Confissão, de C.C. Humphreys, que refaz a trajetória de Vlad Tepes, o Empalador, personagem histórico que inspirou Bram Stoker a escrever sua obra mais famosa, Drácula. A primeira coisa a dizer: se o caro leitor estiver interessado em coisas simplistas, tais como se o nobre romeno era vampiro ou não, é bom ser informado logo de cara que não, ele não bebia sangue (embora tenha sido chamado de varcolaci, morto-vivo). Assim, talvez esse não seja o livro certo para você.
Porém, se estiver à procura de um romance histórico sobre um personagem fascinante que inspirou lendas e mitos, vai encontrar em Vlad - A Última Confissão uma leitura deliciosa, rica e apaixonante. Sim, porque o Vlad Drácula de Humphreys é um personagem único, com motivações que não nos compete julgar ou entender, e que simplesmente foi fruto do seu tempo e de suas próprias escolhas, como todos nós o somos.
A obra começa com a apreensão, por ordem do voivoda da Valáquia, de três pessoas: uma freira, um ermitão e um cavaleiro, respectivamente a amante, o confessor e o melhor amigo do filho do diabo. O objetivo? Ouvir e registrar suas confissões a um emissário do papa e, assim, pleitear o perdão dos pecados do nobre cruzado e, como consequência, a restauração da Ordem da Dragão, da qual Vlad Tepes empunhou a bandeira no combate aos "infiéis turcos seguidores da lua crescente".
E quando começam as tais confissões, somos apresentados a um jovem que vivia como refém dos turcos em um colégio interno, levado pelo próprio pai como mercadoria de troca. Lá, aprendeu a admirar a poesia turca, a ler o Corão, a arte da falcoaria, conheceu o primeiro e único amor, experimentou a dor de ser violado por quem se admira...
Ele não era o bonito como o irmão Radu (tomado como amante pelo filho do sultão) ou o amigo de toda vida Ion, mas era sem dúvida o mais determinado e astuto, característica que logo se tornou temida e admirada por seus algozes e que o levou a experimentar o pior da vida em cativeiro. E foi nesse cativeiro que aprendeu a "arte" que a tornou conhecido: a de empalar os inimigos.
Confesso que pulei alguns parágrafos, tamanha a crueldade do ato, mas que entendo teve de ser descrito, pois esse período da vida de Drácula foi de crucial importância na formação de seu caráter dúbio e, por isso mesmo, fascinante. Foi esse fato que o transformou em um cruzado apaixonado (mas com motivações difíceis de compreender), num vingador sanguinário e num soberano temido e sempre desafiado. Recomendo.

P.S.: Acho que daria um bom filme...

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