O anjo e o Demônio

Photo by Lalá Ruiz

Não, não vou escrever nada relacionado ao livro de Dan Brown que irritou (de novo) o Vaticano e virou filme com Tom Hanks. Pelo contrário. O assunto aqui é uma história bacana que deixou a Vampira encantada, apesar de todo o seu ceticismo de bebedora de sangue. No mês passado, aconteceu aqui na cidade a Feira Internacional de Leitura de Campinas (Filc). E tinha uma tenda montada no Centro nervoso da city vendendo livros de baciada ao preço de R$ 10,00 cada. Um verdadeiro saldão. No meio de um monte de títulos encalhados, encontrei Sete Dias Para uma Eternidade, de Marc Levy (Editora Bertrand Brasil). Fui fisgada pelo texto da contracapa e, com certeza, posso afirmar que foram R$ 10,00 muito bem aplicados (aliás, por que os livros não podem sempre custar isso?).
Enfim, a trama é a seguinte: Deus e o Diabo (ou Lúcifer) resolvem colocar um fim na eterna rivalidade entre os dois territórios (Céu e Inferno, que nesse caso dividem um prédio de escritórios), e fazem uma aposta que garantirá ao vencedor o controle total sobre a raça humana. Os dois convocam seus dois melhores "agentes secretos" e lhes conferem a seguinte missão: eles têm uma semana para provar que o bem se sobrepõe ao mal e vice-versa. Assim, o demônio Lucas e o(a) anjo(a) Zofia dão início a esse duelo decisivo, que tem como palco a cidade de São Francisco, nos Estados Unidos.
Lucas não é aquele tipo de capeta que sai mostrando os chifres cuspindo fogo. Na-na-ni-na-não! O cara é boa pinta (não dizem por aí que o demônio pode ser mais bonito do que o todo poderoso lá de cima?), daqueles que usa terno Armani e dirige uma Ferrari (roubada, claro). Ele personifica tudo de ruim que um ser (humano ou não) pode ser: humilha garçonetes nos restaurantes, não dá gorjeta, faz intriga, é duas caras e gasta sem dó o dinheiro do patrão. Resumindo: é uma criatura desprezível com a capacidade de mudar a vida das pessoas apenas com uma frase "inocente".
Zofia, por outro lado, extrapola o conceito de boa samaritana. Incansável, ela bem que poderia ser brasileira... não desiste nunca (he... he.. he...). E assim como seu colega do andar de baixo, é dona de uma beleza estonteante que deixa homens e mulheres enfeitiçados.
Pois bem: entre uma maldade aqui, uma bondade ali, os dois acabam se cruzando, sem saber que o outro é o "inimigo". E o improvável, aquilo que nem Deus nem o Capeta poderiam previr, acontece: o anjo e o demônio se apaixonam, de uma maneira tão intensa quanto incompreensível para ambas as partes envolvidas. Não vou contar o que acontece, mas quem quiser uma leitura divertida, com uma visão diferente desses seres que habitam o sagrado, não vai se arrepender.
P.S.1: Marc Levy gosta desses assuntos "do além". É dele o livro que inspirou o filme E Se Fosse Verdade... (aquele do espírito da médica em coma que inferniza  - oopss! - a vida do paisagista que vai morar o seu apartamento).
P.S.2: O anjo (ou demônio?) da foto "mora" nas ruas de Roma, Itália. Eu o "cliquei" quando estive por lá, em 2008, e fui parar no meio das filmagens de Anjos e Demônios (verdade verdadeira!).