Sexo, sangue e rock & roll – Fatos e boatos do mundo sobrenatural (***)

SEXO, SANGUE E ROCK & ROLL – FATOS E BOATOS DO MUNDO SOBRENATURAL (***)

Bem-vindos, amigos de sangue

Bem-vindos, amigos de sangue. Este blog foi feito para pessoas – ops! – mortos-vivos como eu que gostam de jogar conversa fora sobre o nosso universo: o mundo dos bebedores de sangue “de verdade” e também da ficção. Enfim, é um espaço para uma boa conversa fiada regada a muitas taças de sangue e pescocinhos na mira da webcam (ai!). Entre e dê uma mordidinha...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Por onde andará Lestat

"Eu ia sair da sala quando algo sobre a mesa de Louis despertou minha atenção.
Era o medalhão de Claudia. O cordão enrolado refletia a luz nos pequenos elos de ouro, o medalhão oval estava aberto, encostado no tinteiro e o rostinho parecia olhar diretamente para mim.
Eu apanhei e examinei o retrato de perto. Então com imensa tristeza me convenci de uma verdade.
Ela não era mais a verdadeira lembrança. Tinha se transformado naqueles sonhos de febre. Era a imagem do hospital na selva, um vulto de pé contra a luz do sol, em Georgetown, um fantasma nas sombras de Notre-Dame. Na vida, Claudia jamais foi a minha consciência! Não Claudia, minha impiedosa Claudia. Que sonho! Puro sonho.
Um sorriso tenebroso e secreto curvou meus lábios quando olhei para ela com amargura e, mais uma vez, quase chorando. Pois nada tinha mudado na convicção das minhas palavras acusadoras. Exatamente a mesma coisa era verdadeira. Houve a oportunidade de salvação de salvação e eu recusei.
Segurando o medalhão, eu queria dizer alguma coisa ao ser que ela tinha sido, e à minha fraqueza, e ao ser voraz e perverso que havia em mim e que havia triunfado mais uma vez. Pois eu triunfei. Eu venci.
Sim, eu queria tanto dizer alguma coisa! E que fosse profundamente poética, profundamente significante, que resgatasse minha cupidez e minha maldade, e o meu pequeno coração sedento. Pois eu ia para o Rio, ia com David, e com Louis, e uma nova era estava começando...
Sim, dizer alguma coisa - pelo amor do céu e pelo amor de Claudia - para lançar as trevas sobre tudo isto e mostrar o que é realmente! Deus amado, eu queria dizer alguma coisa que mostrasse o horror mais profundo.
Mas não consegui.
Na verdade, o que mais há para dizer?
A história está contada."
Lestat de Lioncourt
Nova Orleans, 1991

Foi assim, na página 467 de A História do Ladrão de Corpos, quarto volume das crônicas vampirescas de Anne Rice, que o querido Lestat disse adeus. Por onde ele andará? Será que foi mesmo ao Rio e lá ficou? Se entregou ao Sol? Sua criadora não quer mais saber dele - Anne Rice o renegou, assim como a todos os bebedores de sangue a que deu vida. De minha parte, me mantenho fiel a ele: Lestat sempre foi meu vampiro favorito. E com certeza, é o morto-vivo favorito de muita gente (viva). Assim, pergunto a outros súditos desse ser deliciosamente cruel: o que vocês acham que aconteceu com ele?

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